Uma insanidade é o que fez o Governador Simão Jatene ao anunciar incentivo aos arrozeiros no Marajó.
Um famélico ao entrar em um supermercado e roubar uma lata de leite para saciar a fome de seus filhos é imediatamente preso e responderá por seu erro, mas um ruralista ao incorrer em crimes ambientais clama por anistia, é perdoado, e depois ainda recebe incentivo. Tá certo isso?
O Arrozeiro Paulo Cesar Quartiero implantou dois mil hectares de arroz irrigado no município de Cachoeira do Arari, sem dar a mínima para a legislação ambiental e para o fato de o Marajó ser uma Área de Proteção Ambiental (APA) e, ao invés de ser punido como manda a lei, ao contrário, receberá incentivo para implantar enormes mono-cultivos de arroz nos campos Marajoaras.
Não sou por princípio contra a implantação da cultura no Marajó, mas sei dos problemas que essa atividade pode trazer para os ecossistemas, para os pescadores artesanais e para população marajoara (uso intensivo de agrotóxico e abertura de canais para drenagem e irrigação) e da necessidade de realização dos estudos que garantam a sustentabilidade da atividade.
Inúmeros técnicos acionados pela FAEPA, inclusive da prestigiada EMBRAPA, se arvoraram ( com boa ou má intensão, não sei) a fazer suposições pretensamente científicas (visto que inexistem informações específicas sobre os benefícios ou impactos dessa cultura nos campos marajoaras) para tentar legitimar a proposta dos ruralistas. Além disso, o Governo do Estado, através da SAGRI e da ADEPARÁ, corre em socorro da FAEPA e deslinda uma série de "opiniões" que buscam chancelar a atividade, sem nenhuma certeza sobre o que afirmam. O Governador diz que os estudos devem ser feitos, mas antes mesmo da realização dos estudos já tomou sua decisão anunciando incentivo à produção.
Prevaleceu a pressão ruralista da FAEPA? A SEMA não deveria, como manda a lei, punir Quartiero pelo crime ambiental de implantar uma atividade sem a devida licença? Não deveria exigir os estudos necessários à avaliação do impacto ambiental? Não deveria ser evocado o princípio da precaução e só se falar em incentivo depois de realizados os estudos necessários?
Entenda o assunto:
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